Férias sem filhos
Agora desta vez foi assim mesmo
a pés juntos. Viajei para Angola durante 12 dias sem a cria. O início do
processo foi o normal, picos de ansiedade nos dois dias antes da viajem culminada
num ataque de choro pós despedida. Quando chego ao destino, confirmo que ele
está bem e feliz, pumba, pareço outra. Consigo relaxar e ser eu mesma. Sim
porque não sei quanto a vocês mas isto da maternidade é cá um consumo que valha
me Deus que às vezes mal sei o meu nome e acredito mesmo que é mamã.
No outro dia comentei com a família
que tinha tido um momento esquisito em que me esqueci que sou mãe. Ficaram todos
a olhar para mim como se não tivesse lá todo. (Não está efetivamente). Depois
tentei explicar. Não é como se alguém me perguntasse “tem filhos? E eu ah não,
que me lembre não. Apenas tinha ido ao cinema e durante umas três horas não
pensei no meu filho e em nada relacionado com ele até chegar à porta de casa.
Não pensei se tinha comido bem, dormido ou chamado por mim. Foi uma sensação estranha,
até porque não tinha consciência que pensava tanto nele, até não o fazer.
Voltando às férias. Se estou a
sentir falta dele? Imensa. Tenho momentos de bipolaridade entre o era tão bom
que ele estivesse aqui, e o ainda bem que ele não veio senão não estaria a
emborcar esta caipirinha as onze da noite numa esplanada repleta de mosquitos
assassinos.
Se acho que estarmos longe um do
outro nos faz bem para o exercício do “já-não-somos-um-só?” Sim.
Se tenho dúvidas quanto à minha
decisão ou se me questiono quando vejo mães que não o fazem. Pois claro.
No entanto sei que quero criar
um filho livre e penso, que melhor forma de o fazer senão sê-lo também?
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