"Não é porque tu entendes tudo que tens que aceitar tudo"



 Vamos falar de Empatia e de Autopreservação. Vamos dar aqui uma pequena definição destes conceitos retirada da Wikipédia, que toda a gente sabe que mais fidedigno que isto não existe, e um artigo super científico como este merece a melhor das fontes.

Ora empatia:

"A empatia envolve três componentes: afetivo, cognitivo e reguladores de emoções. O componente afetivo baseia-se na partilha e na compreensão de estados emocionais de outros. O componente cognitivo refere-se à capacidade de deliberar sobre os estados mentais de outras pessoas.”  A regulação das emoções lida com o grau das respostas empáticas. A empatia parte da perspectiva referencial que é pessoal a ela, ciente das próprias limitações em acurácia, sem confundir a si mesmo com o outro. Em outras palavras, seria o exercício afetivo e cognitivo de buscar interagir percebendo a situação sendo vivida por outra pessoa (em primeira pessoa do singular), além da própria situação."

Autopreservação:

"Autopreservação é a acção ou tendência, por parte de um indivíduo, para conservar a própria existência ou integridade. É o desejo inato de manter-se vivo, quase universal em todos os organismos, que assegura a sua sobrevivência. É o instinto básico para preservar a própria vida. A dor e o medo são partes deste mecanismo. A dor motiva o indivíduo a afastar-se de situações perigosas à sua integridade, a proteger-se enquanto o corpo ferido cura e a abster-se de experiências semelhantes no futuro."

Ora bem, considero-me uma pessoa bastante empática, e durante grande parte da minha vida achei que isso era uma vantagem, até porque dizem as más-línguas que esta característica está estritamente ligada ao altruísmo. Pumba, só qualidades não é?
 Pois. Não será bem assim, se pusermos em perspectiva a questão da autopreservação. Se por um lado é muito giro não acreditar em pessoas boas e más (tirando algumas excepções de pessoas mal formadas, coisa que por norma até culpo os paizinhos das criaturas desculpando as mesmas e vários distúrbios psicológicos) e ter facilidade em entender o outro, os seus erros e fragilidades, por outro lado, apresenta-se a dificuldade imensa em preservar-me deixando a porta aberta a relacionamentos tóxicos na minha vida.

Percebi esta minha característica relativamente cedo, tanto que invisto muito pouco em relações novas. Sou muito chegada à minha família e amigos de infância e uns pouquitos da adolescência. Isto porque percebi que se aceito alguém na minha vida, It's for real. É mais alguém por quem vou amar sofrer e perdoar. Comemorar as suas vitórias e sofrer também as suas dores. É que eu nunca tirei ninguém da minha vida.
 Agora entendam, já algumas pessoas se candidataram fortemente ao famoso pé na bunda? Já. Com a força toda? Com certeza. Se eu dei? 
Não, claro que não. Tenho vos dito que a inteligência não é o meu forte. Ora, claro que já sofri desilusões diversas, mágoas profundas, outras mais ligeiras e muitas vezes só uma falta de pachorra aguda.
Mas o problema é: Eu nunca senti, das vezes que fui magoada, que o ataque seja por mim e para mim. A capacidade de olhar para as pessoas e perceber que a maioria das vezes elas estão a lidar com os seus próprios demónios, inseguranças, fraquezas e crescimento chega a ser um karma. 
Muitas vezes sou conotada de ingénua, e entendo o equivoco, mas não. Quem me dera que assim fosse. Não, eu vejo o que se passa, por norma com grande clareza, simplesmente tenho capacidade de ver o que está para além de. Mas é aí que reside o busílis da questão não é verdade? Quando perceber que, independentemente da intenção deveremos simplesmente afastar-nos de alguém porque a struggle dela interfere com a nossa ou nos magoa profundamente?
Entendendo que, se a empatia me surge naturalmente e a autopreservação não, talvez devesse trabalhar nela no sentido de ser mais equilibrada e manter relações de reciprocidade mais saudáveis, tentando libertar-me da minha lógica da qual sou refém, e em vez de avaliar a situação, as pessoas e todas as condições e variáveis possíveis e imaginárias, tentar perceber: " Esta pessoa ou situação faz-me sentir feliz, segura ou confortável?" Se a reposta for não, aprender a libertar-me e a deixar ir, sem mágoa, desdém ou rancor. 
 Uma vez o meu irmão disse-me:
 " Não é porque tu entendes tudo que tens que aceitar tudo."

 Que assim seja.

Comentários

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