Gratidão
Vamos conversar sobre a Gratidão que está aí a bater.
Dizem que um dos caminhos para a felicidade é a gratidão. Se isto faz
sentido? Faz. Se eu consigo? Não.
Conheço quem acorde feliz pela dádiva de um novo dia. Que inveja!
Quem me dera. A maioria dos dias, acordo com um humor de cão, porque tenho
frio, sono, calor, sono, preguiça, sono, e não sei se já referi….SONO. Posso
ter dormido três horas ou catorze. Tenho sempre sono.
Claro que sei, racionalmente que comparando com outras milhares de
pessoas, tenho uma vida boa. Muito boa.
Claro que, quando me deparo com histórias de vida muito mais
complicadas que a minha, tenho noção da minha sorte. Mas não o consigo sentir
diariamente. Se há algo que me perturba é algo fazer sentido e, não ser capaz
de integrar isso na minha vida.
Contudo, cada vez que me falam em "gratitude"
até me apago! Adoro queixar-me feita velha do Restelo de tudo o que não me corre
de feição, e a vida feita vaca que é, pergunto-lhe: "o que há para
jantar? Ela responde: "Sapo bitch".
Dizem que a vida dá-nos sempre as lições que precisamos aprender. A
ser verdade estou bem lixada com esta questão de ser grata quando vida corre
oposta àquilo que desejava.
Em conversa com uma amiga percebemos que eu, assim como ela, sofria
de um mal chamado "incapacidade de aceitar aquilo que não podemos
mudar". Bato-me toda em situações incontornáveis e magoo-me à séria.
A impossibilidade de voltar atrás no tempo e corrigir certas coisas,
lembrar-me de momentos em que devia ter tomado outras decisões e ter que viver
com as consequências disso.... é, só assim, do mais desgastante para a minha
pessoa.
Agora atentem na particularidade deste “ser humaninho”… Eu até posso
vir a ser mais feliz neste caminho que a vida me apresenta em contraste com que
o caminho que tinha traçado para mim….Acham que isso me basta? Não. Claro que
não. Quero ser feliz à minha maneira! Ah e tal, a vida quando te dá limões faz
limonada! Mas eu queria laranjada! Ah, mas a limonada está muito mais
fresquinha e doçinha do que a laranjada.
Well I don’t really give a
fuck!
QUERO A MINHA LARANJADA AZEDA JÁ!
Bom se isto é inteligente da minha parte? Não é.
Mas vá a inteligência a modos que também é assim sobrevalorizada, toda a gente
sabe disso.
Se devia voltar a fazer terapia? Talvez, mas ninguém manda em mim.
A ideia?
Amadurecer.
Que estas dores de crescimento todas me tragam frutos.
E paz.
Sobretudo Paz.
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