Crise de Valores
Durante a nossa adolescência temos muita
certeza de quem somos, e os valores que defendemos, muitas vezes extremistas,
tudo a preto e branco sem grande espaço para os cinzentos. Normal. Faz parte.
Mas
isto complica muito mais não é verdade? Ora vamos crescendo, amadurecendo e
entramos na vida adulta. Ahh ninguém disse que era fácil. Percebemos, uns mais rapidamente
que outros, que a vida é um grande cinzento, sem muito espaço para o preto e
branco. Contudo isso pode, e deve, deixar-nos confusos.
Quais são os limites? Qual o momento de
calar e qual o momento de falar? Quando estamos as ser corretos, justos,
cidadãos de bem, e quando estamos a ser, coniventes com comportamentos que não
entendemos ser corretos? Se eu fosse o meu “ Eu” adolescente, certa de tudo,
posso garantir que andava sempre metida em grandes batalhas. O meu “Eu” mais
adulto e conformado aceita muito mais. Mas sempre com uma grande insegurança.
Até onde é longe de mais? Até onde
estamos a ir, ou a deixar ir longe de mais? Connosco e com os outros. Quando vemos
injustiças, e se por um lado sabemos que o mundo não é justo, e que não podemos
ser os “defensores dos pobres e oprimidos” (chamaram-me muita vezes isso ao
crescer, como se fosse algo mau) afinal de contas temos o nosso traseiro a
defender, e os nossos problemas para resolver, e quando estamos a ser cúmplices
com o nosso silêncio.
Deparo-me, mais vezes do que aquilo que gostaria,
com estas questões. A solução? Ora a solução é: Pensavam que tinha??? “Nhecos” Queriam! Também eu.
O que tenho tentado fazer é, viver em
verdade. E acreditem em mim. Não é fácil. Responder sempre aquilo que penso,
não para ferir alguém, mas para não me ferir a mim. E às vezes falha. Às vezes
a tua verdade não é o que outro gostava de ouvir, nem tu dizer, nem tu de sentir.
Já me senti sozinha, dentro de um grupo, defendendo algo sozinha em todas as
áreas da minha vida. Custa muito. Onde sinto que estou a falhar? Ainda só sou capaz
de fazê-lo quando confrontada. Estou à espera que me cresçam bolas (por bolas
entendam maminhas que isto da coragem também cresce às meninas) para falar
quando ninguém perguntou a minha opinião. Dizer não quando toda gente diz sim
ou vice-versa. Falar quando o que se passa não é correto. Defender alguém em situação
mais vulnerável que eu. E agora atentem, mesmo que essa pessoa não seja minha
amiga ou até não simpatize com ela em especial.
A
loucura, portanto
So help me God.
So help me God.
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